domingo, 7 de dezembro de 2008

Psicultura, como criar e ter lucro

No momento em que o país necessita gerar riquezas e trabalho, a curto e médio prazo, a piscicultura surge como uma possibilidade de transformar-se numa indústria que movimenta milhões de reais. Novos açudes estão sendo construídos em diversas regiões promovendo o cultivo da tilápia. A intenção do cultivo é conquistar o consumidor não só com os filés, mas com tudo o que pode ser feito com a tilápia, desde aperitivos a artigos de couro e artesanatos de diversas formas.
A política estabelecida para o setor, formada por planos de ação definidos pelo governo, tem o objetivo de alavancar o cultivo da tilápia. No Brasil, o sistema de “pesque-pague" é um dos responsáveis pelo aumento da produção de tilápias. Tal preferência é justificada pela alta procura do produto nos mercados e pelo fácil domínio do cultivo. O Paraná é um dos três principais produtores de peixes, com aproximadamente 22.416 piscicultores. O Estado é seguido pelo Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
A experiência pioneira do Paraná - industrializando filés de tilápias provenientes do cultivo - demonstrou que há necessidade de implantação de gestão profissionalizada, na qual a participação de pescados, distribuidores e comerciantes de peixes em geral.
José Moroskoski de 54 anos, está no ramo da psicultura há 15 anos, desses, dez trabalhou com o cultivo de carpas e tilápias. Porém, há cinco anos trabalha somente com a comercialização de tilápias. Atualmente possui 22 açudes, todos com uma média de 30.000m3 de água, sendo necessário colocar em torno de 80.000 unidades de alevinos. Com cinco meses de trato, pesando uma média de 500g cada, são retiradas 60.000 tilápias.
Moroskoski explica, que no inverno a perda no cardume é maior, mas como ele retira duas colheitas por ano, ainda tem bons lucros. “Para que os peixes tenham um bom rendimento é necessário tratar com ração de três a quatro vezes por dia. Além de tratar a água com adubo orgânico e calcário” destaca.
Para cada mês, os peixes são tratados com um tipo de ração, para auxiliar no processo de crescimento. “Há um certo gasto com a alimentação, mas compensa, porque após trinta dias não há mais perdas no cardume. E quando o açude é seco, todos os peixes estão com o peso semelhante.

Predadores
Moroskoski comenta que os cardumes nunca foram infectados por doenças, porém existem algumas espécies de pássaros, como o martin pescador, biguá e rato paca, que costumam se alimentar dos alevinos.

Mercado
O mercado hoje em dia oscila devido a competitividade. Moroskoski explica que conforme a época, os peixes de fora são vendidos no mercado com preço muito baixo, o que dificulta a venda para os produtores locais. Outro fator que atrapalha a comercialização é o fato que a maioria dos consumidores, não ter o hábito de comer carne de peixe. Mesmo esta não sendo tão cara se comparada com outras carnes, é mais na época da quaresma que todo mudo consome peixe.

Lucros
Moroskoski afirma que por ano, a produção é de aproximadamente 60 toneladas, a qual é destinada ao comércio. Dessas 60 toneladas, cerca de 50% é lucro. Atualmente, trabalha ele e a sua esposa Salete Moroskoski minimizando os custos com funcionários. Comprovando que a piscicultura é um negócio rentável.

Jersey, uma raça de fácil manejo e de muitos lucros

A raça Jersey está há mais de 100 anos fazendo história e sucesso no Brasil. Ainda na década de 70, visando à introdução e a consolidação da genética Jersey nos rebanhos leiteiros de praticamente todo o país, medidas foram criadas como o Estatuto da Associação de Criadores de Gado Jersey do Brasil, para promover e posicionar a raça sobre um padrão de qualidade. Hoje o Brasil tem o melhor banco genético do mundo da raça, a qual é a mais eficiente de todas na produção leiteira, tanto que é a segunda raça mais criada no mundo devido às suas características e pode ser encontrada nos cinco continentes
Inério Krambeck criador da raça e proprietário da Cabanha União começou a criar o gado Jersey em 1989. Ele explica, que no início, por ainda não existir a raça na região foi difícil aprender a lidar com a nova criação. As primeiras matrizes que ele comprou foram em Concórdia-SC.
Sendo um dos pioneiros da criação na região, Krambeck foi um dos maiores criadores do Paraná. Filiado na associação do Estado e na sub-associação de Francisco Beltrão, ele ressalta que optou pela raça Jersey por ser um animal pequeno, que consome menos alimento que as demais raças e é um animal rústico, que se adapta com facilidade nas áreas mais acidentadas.
Segundo Krambeck uma vaca Jersey chega a pesar de 300kg a 350kg, em quanto as outras pesam 600kg a 700kg. No entanto, a criação da raça geralmente não está focada na produção leiteira e sim nas matrizes. (Vacas reprodutoras).

Produção de Matrizes

Hoje cerca de 90% da criação é feita por inseminação artificial com sêmen sexuado, a qual é uma genética avançada que garante a produção de fêmeas. Krambeck ressalta que as novilhas com um ano e meio já podem ser inseminadas. Outra questão é que todos os animais da raça são mochados, ou seja, tem os chifres amputados quando pequenos. O ato é necessário para evitar acidentes, uma vez que os animais são confinados todos juntos em locais fechados e podem se machucar se tiverem os chifres. “As fêmeas são mais dóceis, mas os touros geralmente são agressivos” explica o criador.

Produção leiteira
Krambeck chegou a ter 270 cabeças de gado, atualmente tem 120 cabeças de vacas para a produção e comercialização do leite. Além da produção leiteira é possível retirar cerca de 50% da gordura ou a nata como geralmente é conhecida. Ambos os produtos são embalados ainda na propriedade de Krambeck, que depois envia uma parte para os mercados e outra aos laticínios.
Uma vaca tratada apenas com ração produz em torno de 25 litros por dia. Mas para economizar, Krambeck conta que os animais da sua propriedade são tratados no pasto. “A qualidade do leite não diminui, mas a quantidade diminui, chegando a render aproximadamente de 12 a 15 litros por dia” argumenta.
O gado Jersey por ser uma raça de porte menor, não ocupa muito espaço, mas outros cuidados são necessários para obter uma boa produção. Krambeck informa que além de tratar com silagem, principalmente no inverno, no manejo de piquetes primeiro devem ir as vacas de leite e depois as vacas secas e novilhas.

Classificação dos tipos de leite
A qualidade do leite fornecido pela raça Jersey é um leite tipo “A”, pois é puro e não contém conservantes. Entretanto o Serviço de Inspeção Municipal – SIM não faz essa classificação e denomina o leite como Integral.
Após ser retirado das ordenhas, o leite vai para a industrialização, onde primeiro é pasteurizado, processo no qual é fervido durante meia hora a 68 e 72 graus e depois é invasado, cerca de uma hora poderá ser levado ao gelo. Todo esse processo é feito ainda na propriedade de Krambeck, que argumenta que as pessoas que compram o leite pasteurizado nos mercados têm o costume de ferver o leite antes de beber, sendo que não é necessário, pois ao pasteurizar a 68 e 72 graus, todos os germes são mortos e o que sobra são as proteínas e vitaminas. “Ao ferver o leite em casa, supondo a100 graus, as pessoas eliminam todas as partes boas do leite e ficam praticamente só com a água” argumenta Krambeck.

Venda
A comercialização de matrizes hoje é muito grande, pois na região Sudoeste a criação só existe em Coronel Vivida e Francisco Beltrão. Um dos motivos da procura pela raça Jersey é o incentivo do governo, que disponibiliza financiamentos de seis a sete anos para pagar com carência de dois anos. Sendo que nos primeiros dois anos só com a comercialização do leite é possível pagar o financiamento. Outro motivo pela procura da raça é que de dez animais, nascem outros dez animais por ano.